quarta-feira, 4 de novembro de 2009



FERRONY

(Alessandro Ferrony)


Do que o Paulo Ricardo e a Maria do Carmo são capazes

Na minha estreia no blog eu falei da apedeutada safada que habita uma vilinha beeeem conhecida de todos nós e semana passada escrevi sobre quando a gente erra na hora de votar, lembram? Bom, se não lembram, ou não leram, tem no arquivo. Mas hoje eu vou abordar um tema mais simpático que é também parte da vida de todos nós, não importa a idade: a música... mas não simplesmente música, hoje eu vou falar de rock, e da minha experiência pessoal.

Lembro de lá pelos idos de 1983 ou 1984 ter recebido a visita de uns primos mais velhos de Viamão, mas não tão velhos assim, porque era tudo um bando de piás, eu tinha cinco ou seis anos e os primos um tinha onze e o outro uns quinze. Porém, a diferença era suficiente para que eles estivessem mais envolvidos com a coisa do que eu, né? E daí eles apareceram com um vinil de presente pra mim, era uma coletânea de rádio FM e trazia os hits do então emergente rock nacional, que já tinha parido, até aquele ano e só pra ficar naquela década, Blitz, Os Paralamas do Sucesso e que em 1985 veria a maior explosão e fenômeno do rock tupiniquim até os dias de hoje: falo do RPM.

O grupo, cuja sigla significa Revoluções Por Minuto, tinha como ídolo seu frontman Paulo Ricardo, que era o galã da época e o cara com quem todas as menininhas que haviam deixado de ser fãs do Menudo estavam a fim de perder a virgindade. Pra incrementar o status do cara ele pegava a Luciana Vendramini, uma ninfeta, ex-paquita que hoje seria algo na linha mulher-fruta ou atriz da Malhação.

Num belo dia, eis que eu ligo a TV e tá lá o Paulo Ricardo dando entrevista pra Maria do Carmo ao vivo no Jornal do Almoço. Faz tempo isso, a Maria do Carmo âncora do JA, vão “milianos” truta... tá, mas deixa esse detalhe quieto... bom, o RPM ia tocar aquela noite no Gigantinho e como eu tinha seis ou sete anos e não teria como ir, pedi uma grana pra minha mãe e fui na Grazziotin, ali na Julio, mesmo prédio onde tá até hoje comprar o bolachão de 12 polegadas ao vivo dos caras.

E foi mais ou menos assim que começou a maldição, com um vinil ganho e outro comprado. Queria que nessa história tivesse um vinil roubado, pra dar um charminho a mais. Ah, mas eu não tô aqui pra inventar mentiras, pô! E, a partir disso, sempre que dava (sempre dava, quando o cara tem nove, dez anos tem a tal da “mesada” que sempre vai parecer maior do que qualquer salário que a gente venha a ganhar depois, né?), comprava sempre na semana de lançamento os K7s (eu gostava mais das fitinhas que dos discos) originais dos Engenheiros (que horror, ainda bem que o cara evolui), Ultraje, Ira!, Legião, sem contar as bandas gringas, lia a Bizz e a Somtrês, as bíblias da época em se tratando de jornalismo rock no Brasil, ouvia o Pediu, Ouviu na 102 FM (tem ainda?)... enfim, entre outras iniciativas, eu dava o meu jeito pra estar por dentro do que rolava e com isso acabei ganhando muitas amizades, tudo por causa do rock.

Acho que na próxima coluna eu vou continuar dentro desse tema, bateu o saudosimo agora...

2 comentários:

  1. Haha, ótimas lembranças Ferrony! Eu sou de uma geração mais nova que a tua, e lembro que meus primeiros contatos com a música foram atraves de CDs(já tinhamos Cds, pra tu ver!) que o meu pai tinha do Tears for Fears! Até hoje escutamos eles na estrada! Hahaha! Daí pra frente foi batendo aquela curiosidade de sempre querer descobrir coisa nova! Hoje já pareço uma salada de frutas no quesito musical! Hehe
    Pois então, parabéns pelo texto! Não precisaste de vinil roubado para hiperbolear teu aventurismo musical! Grande abraço!

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  2. Também sou de uma geração mais nova (acredito que a mesma do Mateus...), mas sei muito bem o que é musica boa. Cresci escutando Legião (banda da qual sou fã incondicional), Raulzito, Pink Floyd, Led Zepellin, entre outros grandes do rock. Baita texto, me deixou com saudades de uma época que nem cheguei a viver.

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