sexta-feira, 13 de novembro de 2009

XIS

(Leticia Pereira)

Jornalismo é serviço público, não espetáculo

No dia 17 de Junho de 2009, o Supremo Tribunal Federal acabou com a obrigatoriedade do diploma para a contratação como jornalista, declarando nulo o decreto-lei 972 de 17 de Outubro de 1969. No dia 1º de Julho uma proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi apresentada pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) com o objetivo de superar o impasse provocado pela decisão do STF.
A PEC apresenta duas ressalvas: permiti que colaboradores publiquem artigos e textos e que jornalistas provisionados com registro regular (aqueles que já exerciam a profissão até a edição do decreto-lei) continuem trabalhando.

A proposta deve ser votada hoje (11 de Novembro) pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. “A sinalização é que seja votada, mas nunca se sabe”, diz Maurício Rands (PT) relator da proposta. Caso seja aprovada, será formada uma Comissão Especial, que apresentará um relatório antes de a matéria ser apreciada pelo Plenário. O deputado Paulo Pimenta afirma que está trabalhando para que a PEC seja votada pela Câmara ainda este ano “é difícil, mas não impossível”.

Aí está um pequeno resumo dos fatos. Há interesses políticos por trás da decisão? A PEC é “uma confrontação ao STF”? A Rede Globo apóia a queda do diploma? Essa emenda nunca vai sair do papel? Se você procura a resposta para estas questões, lamento. E aviso: pare por aqui. Acredito que respostas “a altura” só podem ser dadas por pessoas “a altura”.
A decisão do STF não acabou com a minha vontade de ser jornalista, nem destruiu meus sonhos.


Claro que eu gostaria que a profissão fosse regulamentada (como o direito, por exemplo), mas existem grandes jornalistas por aí que nunca colocaram os pés em uma faculdade de comunicação, e eu respeito e admiro muito o trabalho deles. Acredito em uma palavra chamada talento. Perfeito seria se esse talento fosse uma pedra bruta que durante o estudo é lapidada e aperfeiçoada, o que infelizmente não condiz com a realidade do nosso país: o acesso à educação ainda é um privilégio de poucos.
A principal atividade desenvolvida por um jornalista é a apuração criteriosa de fatos, que são então transmitidos à população segundo critérios éticos e técnicas específicas que prezam a imparcialidade e o direito à informação, daí a exigência de formação e profissionalismo.

O que me enoja são “profissionais” que saem por aí se orgulhando do fato que nunca gostaram de estudar, nunca leram um livro e odeiam olhar TV (que me desculpem os fãs do Mr.Pi), que são capazes de tudo por um “furo”, que se sujeitam a papparazis, que distorcem a realidade e não são imparciais, que se vendem à propaganda... Isso é uma vergonha para toda a categoria.

6 comentários:

  1. Não é só porque eu sou jornalista por adoção que vou te dizer "parabéns, teu texto tá foda", mas porque tu disse tudo que o pessoal dos interesses não tem coragem de dizer. E os jornalistas foram comparados a cozinheiros por um dos ministros. É triste, mas quem tem amor mesmo pela profissão busca o aperfeiçoamento na vida, independente de conseguir ou não um diploma.

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  2. Um bom jornalista é aquele que se informa, lapida seu intelecto e é imparcial. Infelizmente há os que se dizem jornalistas, mas se quer apoiam a boa formação dos mesmos.

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  3. Ai galera. Muito legal a procupação de vocês. Vocês acertaram em boa parte do que falaram. Mas como eu sou um razoável conceitualista digo que erram feio ao dizer sobre um jornalista IMPARCIAL. Imparcial? existem imparcialidade na informação? Não (digo de antemão). Orbviamente é uma longa, longa discussão.
    Resumo: quando você fala, o que quer que seja, você não está sendo imparcial (nem quando está calado).
    Imparcialidade é apenas um conceito DISTORCIDO ou mal-explorado de dizer que você está apenas discrevendo.
    MAS é o seguinte: se você descreve algo, do jeitinho que aconteceu, não pense que está sendo imparcial, pois você pode está descrevendo explanadamente ("bem bonitinho") algo que não interessa a população e distraindo ou "tapiando" o espectador. Nesse exato momento você manupula a transmissão do conhecimento, sendo, assim, imparcial.
    Esse é apenas um exemplo extremo, por que tudo é imparcial.
    NEUTRALIDADE = IMPARCIALIDADE = BALELA

    http://rafaelduarteius.blogspot.com/

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  4. Por isso existe aquele frase que diz:
    "O que importa não é o fato, é a versão."
    Mas o jornalismo ideal, quase utópico, é imparcial, mas está perdido a muito tempo.

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  5. Eu nao sei, nao entendo muito, mas tem formas de se escrever os fatos sem ser nao tem? eu acredito no jornalismo imparcial, porem esta extinto ao meu ver

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  6. Rafael, até concordo contigo, mas eu me referia ao jornalismo sem corrupção, sem manipulaçao de informações, que visa transmitir as notícias e não distorce-las para beneficio próprio.

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