quarta-feira, 14 de outubro de 2009

FERRONY
(Alessandro Ferrony)

As amizades
Dia desses me peguei pensando no motivo pelo qual o Rogerinho me convidou pra ser colunista do blog, e surgiram várias desconfianças: Seria porque uma vez ele me viu no Pepsi On Stage cheio de credenciais do show do NOFX no pescoço e se apaixonou por mim? Será que ele lia minhas matérias, resenhas e entrevistas quando eu editava o Punknet? Ou porque uma vez vendi vários cds bem baratinho pra ele?
Acho que não foi por nenhum desses motivos, acho que foi por amizade. E o Rogerinho nem é um cara com quem eu convivo tanto assim, ao vivo e a cores, mas mesmo à distância a gente mantém esse vínculo, porque é uma amizade sincera e sem interesses, de parte a parte. E que bom se eu pudesse ter só amigos que nem o Rogerinho, mas isso é mera utopia.
Tem quem ache que amigo bom é aquele que tem alguma utilidade, tipo o cara que tem carro e te dá carona pras festas, aquele que tem um monte de filmes, discos e livros e que dá pra pegar sempre emprestado pra economizar, o que te convida pra dar uma banda e paga as cevas, outro que tem grana e pode emprestar e nem sempre precisa pagar, e muitos outros exemplos.
Eu já me enquadrei em alguns perfis de “amigo útil” em determinadas épocas, e sempre apareciam os interesseiros mostrando os dentes, sorrisos artificiais estampados nas caras de pau e cheios de segundas intenções. Com o tempo aprendi a selecionar as amizades e escantear os falsos, aqueles que te dão tapinhas nas costas quando as vacas estão acima do peso e, quando elas estão sem nenhum pastinho amarelado na volta, rapidinho somem.
É quando o tempo fecha que a gente vê quem é quem. Quando o azul do céu vira chumbo, nem todos ficam pra encarar juntos a tempestade de raios. É muito cômodo ser ou dizer que é amigo de alguém quando o cara tá por cima da carne seca, tem uns que até buscam transferência de status se colando quando o cara tá bem. Mas eu já vi a casa de muitos caindo e não ter ninguém pra ajudar a segurar o desabamento ou então pra reerguer as paredes.
Já passei por situações difíceis também, épocas de desesperança, chateações, sacanagens gratuitas, vários quadros de dor, extrema dor. E nem sempre tive ajuda dos amigos, com quem eu contava, mas também em alguns casos eu não deixava que os problemas ficassem expostos como uma fratura, uma vez que eu queira eu sei muito bem disfarçar, manter a discrição e até mesmo as aparências, mas faço isso pra me proteger e não pra me enganar. Mas o bom mesmo é ter amigos, bons amigos ao redor pra poder desabafar, pra ouvir sugestões, pra olhar no olho e sentir confiança e, se os papéis forem inversos, poder fazer o mesmo.
Tem uma música do Roberto Carlos onde ele diz que quer ter um milhão de amigos. Imaginem... um cara que nem ele com essa quantidade de gente pra dar atenção. Pelo menos uns 999.990 desses “amigos” estariam tapados de segundas intenções, por causa da fama e da grana do Rei, ou vocês acham que não? Mas acho que ele escreveu isso num momento de fraqueza, de solidão. Pô, mas o Robertão já tem o Erasmo, um amigo de fé, um irmão camarada, um amigo que vale por um milhão. Eu se eu perdesse os meus amigos de verdade que não passam de dez eu me sentiria pior do que o Roberto quando morreu a mulher. Porque amores vão e vem, a vida impõe seu ciclo e imprime sua velocidade de acordo com o que está designado pra cada um. Mas as amizades não, as que se vão, se vão e não voltam.

Por isso, preserve suas verdadeiras amizades, ela sim são as verdadeiras joias que a gente deve ter orgulho de ostentar, proteger e preservar.

4 comentários:

  1. Muitas vezes me perguntei o que era amizade verdadeira. Agora, morando em outra cidade, longe das pessoas que eu convivia, percebi que alguns eram apenas amigos de momentos, mas que outros (como o Rogerinho e a Lêthy), permanecem sempre, mesmo que exista uma pequena distância de 200km entre nós...

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  2. Grande amigo Ferrony, estou muito feliz de ver que esta escrevendo no nosso blog. Fiquei muito feliz e lisonjeado com as palavras, saiba que a reciproca é verdadeira, ti considero de mais...abraçao grande
    e Nanda é verdade msm com a distancia nossa amizade se mostra ser forte e verdadeira.Bjaum grande pra ti minha amiga e grande abraço pra ti meu amigo.

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  3. Uma pergunta complicada essa.
    As vezes as pessoas que estão distantes estão mais presentes do que as que estão próximas.
    As vezes pessoas que conhecemos ontem, nos consideram mais do que amigos de infância...
    A amizade é mau interpretada por muita gente.

    P.S: Te Amo Nanda ;)

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