quinta-feira, 22 de outubro de 2009


FERRONY
(Alessandro Ferrony)

A Coordenadoria e os estudantes
Eu pensava que nunca ou que então fosse demorar bastante até eu escrever algo pra coluna relacionado ao meu trabalho. Mas como exerço um cargo público também não tem porque não trazer à tona certos aspectos do meu cotidiano, misturando o pessoal e o profissional. Bom, espero que não seja algo desinteressante... acho que não. Pois bem, como noticiado anteriormente, inclusive aqui no blog (vá até os links de arquivo), Cachoeira agora tem o seu órgão governamental gestor de juventude. Em alguns municípios é secretaria, em outros diretoria, aqui se chama Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas Para A Juventude. Uma tripa esse nome, né? Mas isso é o que menos importa e a galera já tá chamando simplesmente de Coordenadoria da Juventude. E o que mais importa é o trabalho que eu e as coordenadoras-adjuntas temos para desenvolver.

Através desse órgão o nosso município já pode se habilitar ao Pronasci Pleno. O Pronasci é um programa do Governo Federal e através dele Cachoeira já obteve algumas conquistas, como viaturas para a polícia, computadores, etc. Mas para poder acessar recursos do Pronasci Pleno, ou seja, um Pronasci mais encorpado, é pré-requisito a administração municipal ter um órgão gestor de juventude. Agora tem, e por uma questão estratégica ainda não estamos divulgando com quais modalidades do Pronasci já estamos envolvidos, justamente porque os trâmites burocráticos demoram, é ofício pra lá, ofício pra cá, ligação pra deputado tal em Brasília, mil detalhezinhos. Mas fiquem atentos, nos próximos meses tem coisa boa a que a gurizada nem sonha chegando no pedaço...

No momento nosso cavalo de batalha é a reorganização do movimento estudantil secundarista, que já foi muito forte e reconhecido até fora do país, já teve dirigente da finada Umesc que viajou para fórum de estudantes em Cuba para falar sobre a experiência do movimento estudantil cachoeirense. E é por essas e por outras que eu não consigo aceitar que esse movimento tenha morrido. Por isso, e inclusive é algo que está previsto por lei, a Coordenadoria tá botando uma pilha aí na gurizada dos grêmios estudantis das escolas que tem Ensino Médio, pra que somem esforços, sem vaidades e com muito suor, para que a voz dos estudantes de Cachoeira volte a ser ouvida. Os estudantes sempre tiveram opinião e não podem agir de maneira passiva. Tem escolas aí onde a direção quer mais é que os alunos sejam ovelhinhas obedientes, que não saibam questionar. E a galera peca muito hoje em dia com o individualismo. Todo mundo quer se dar bem, é claro, isso ninguém condena, quem não quer? Mas há maneiras e maneiras de se dar bem. E por que não fazer um trabalho em conjunto, onde não só alguns, mas todos possam se dar bem? E é no bem coletivo que eu não consigo parar de pensar.

O jovem não pode ser um cordeirinho na mão de um professor ou diretor, tem que se rebelar, questionar e, questionando sua própria escola, questiona a sociedade. Questionando a sociedade, questiona o mundo. E isso se chama transformação. Nesse sentido, já demos os primeiros passos, animadores. Tem um povo aí bastante interessado e a grupo vai aumentar. Alguns toques que eu precisava dar já dei e agora é só persistir, pra que daqui a pouco a gurizada possa ter uma nova associação de estudantes fortes, ou que ressuscitem uma das que já existiram por aqui, como eles bem quiserem, e possam ter a autonomia necessária, sem precisar de vínculo com nenhum governo e nenhum político, independência mesmo.

E eu, vestido ou despido do cargo de coordenador da Juventude, como cidadão vou estar sempre aí pra dar uma mão. Avante, gurizada.


Um comentário:

  1. Por expêriencia própria, sei que os grêmios estudantis em Cachoeira não valorizam seu real objetivo: defender os interesses do corpo dicente. Na escola em que estudava (Talvez a mais importante escola pública da cidade), não ganhava a presidência o aluno que era engajado politicamente, ganhava o cara mais popular, que prometia mais festas e concordava com tudo que a direção fazia, muitas vezes indo contra os interesses dos estudantes.
    Como já escrevi em uma das minhas colunas aqui no blog, a nossa geração so mostra cada vez menos interessada no futuro do nosso país, e é claro que a vida escolar também faz parte desse descaso. Problema muito bem exposto Ferrony!

    ResponderExcluir